sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sonhos sonhos são

Tenho um sonho recorrente pavoroso. Estou num elevador – sozinha às vezes, com pessoas estranhas, geralmente – e ele sobe, sobe, quando vai chegar no último andar (e eu nunca quero subir, sempre estou esperando que ele comece a descer), o elevador emperra, range e cai. Daí o sonho parece demorar horas e eu estou lá, caindo, sem gravidade, grudada nas pessoas sem poder me mexer, ou no teto do elevador, e pensando em tudo que vou perder, nas pessoas que vão sentir minha falta, no que deixei de fazer, no quanto vai doer, no quanto vou me quebrar, se ainda dá tempo de fazer alguma coisa – tipo pular na hora que ele bater. E na morte, né. Porque ela tá ali. Aí acordo.

Pra piorar, o elevador não é chique, de televisãozinha igual ao do prédio do meu trampo. É velho, de madeira, xexelento; as pessoas que estão comigo são suadas, fedidas.
 
Fique à vontade pra interpretar, porque olha. Cansei de sonhar isso aí.

2 comentários:

Ronise Vilela disse...

Não vou entrar numas de interpretar sonho, pq não é meu forte, mas, digo uma coisa, baseda no relato de um especialista em elevadores. Segundo ele, esses elevadores mais antigos, com cara de armadilha de filme de terror são mais seguros que os ditos modernos. Eu acreditei!

Caminhante disse...

Eu tbm tinha sonhos recorrentes com elevadores, mas os meus nunca paravam onde eu queria. Eles iam para andares bizarros e eu não conseguia sair dali.

Alguém arranje uma boa explicação para o simbolismo dos elevadores, porque já somos duas.