Acordei nervosinha. Vesti uma saia (tá quente, veranico, um evento que se repete a cada 3 mil anos) preta, minha única blusa preto e branco - listrada - e coloquei meu brinco de bolas prateadas. É meu uniforme corporativo de torcedora da Gaviões.
Daí quando entrei no FB dei de cara com esse texto aqui, de um não-corinthiano, o professor Carlos Emílio Faraco, um amigo de twitter (é arrogância chamar de amigo, eu o observo, leio, admiro, e ele é educado comigo). Imperdível, eu tinha que compartilhar por aqui também.
SALVEM OS NÃO CORINTIANOS
A PAIXÃOPaixão:sentimento, gosto ou amor intensos a ponto de ofuscar a razão; grande entusiasmo por alguma coisa. [...] Do Dicionário Hoauiss.
É isso aí acima que os corintianos sentem pelo seu time. Talvez com algum ingrediente indefinível que torna esta uma paixão particular, algo que a distingue da paixão pelo/a companheiro/a, pela arte, pela cerveja, pela política, por pescaria, pela vida...De forma que é mister criar uma expressão para definir esse sentimento particular: “paixão corintiana”, como se fosse um substantivo composto, com dois elementos inseparáveis quando se quer definir esse tipo específico de sentimento dos corintianos pelo seu time.Os sujeitos dessa paixão: milhões de pessoas de todas os matizes, perfis, vivências.O objeto dessa paixão: um time de futebol e tudo que o cerca.Os sujeitos, os apaixonados, entram em equalização num único ritmo quando se trata do time.Todos priorizando um time – que nunca é só “Corinthians”, mas é acompanhado dos mais diversos adjetivos, por conta da impossibilidade de apreender a grandeza do conceito. Os adjetivos ajudam a tornar mais palpável, menos distante, esse sentimento abstrato, que invade corações e mentes dos torcedores do time.Em poucas palavras, é assim que eu – que não torço pra time algum – enxergo a paixão corinthiana.
OS INCONFORMADOS QUE VIRAM CHATOSEm dia de jogo do Corínthians – também conhecido mais intimamente como Curíntia – os apaixonados se deixam levar pela paixão. Os não corintianos, em sua maioria, pela sensibilidade do cotovelo e por uma lógica travestida de correção politica que só funciona quando se trata de detonar os corintianos.Não é inveja, não! É a certeza de que para pertencer àquela nação é preciso alguma coisa a mais que o não corintiano não tem. Não tem, não tem como adquirir, não se vende em canto algum, não se aluga, não pode ser fingido. Ponto.Ou se é, integralmente, ou não se é corintiano.Daí que os inconformados, por não pertencerem à legião, viram chatos.E começam a desenvolver teorias que se aplicariam também a seu comportamento de torcedores, mas que, em momentos-chave, servem apenas para deslegitimar a torcida corintiana: “Neguinho deixa o filho sem comer para ir ao jogo!”. “Carinha falta no trampo pra não perder o início da partida.” “Cara deixa de mijar três horas pra não perder uma absolutamente impossível antecipação do segundo tempo”....E daí?Daí parte-se para a generalização: que futebol é circo e basta isso pra alegrar o povo, que são um bando de idiotas (note: só os corintianos), que isso, que aquilo. Pior: tudo isso, segundo os chatos, só aconteceria no Brasil, quando o mínimo de pesquisa mostraria que no mundo inteiro onde existe futebol a paixão é a mesma.É o que esse esporte costuma despertar e nenhuma legião de chatos vai mudar isso.O chato é o que insiste, que se amargura ao ver a alegria alheia, que joga papel no chão todo dia mas que no dia do jogo do Curíntia vai verificar se havia um cuspe na Avenida, pra poder esbravejar: “Tá vendo! Cuspe de corintiano!”.
ABAIXO A URUCA: AMULETO-PALAVRÃOSe eu fosse corintiano, pra afastar a uruca, criaria uma brigada com o nome de “Vamos Torcer Na tua Cara”, cuja sigla fosse VTNC – que permitiria também a leitura “Vai Tomar no Cu”. E, gloriosamente, mostraria para os chatos cartazes com um enorme VTNC.
Salve o Corinthians!
2 comentários:
Ai meu jisuiz, Tina! Eu tbm tô morrendo aqui, o sentimento é uma mistura daquela expectativa de abrir os presentes de Natal quando se é criança, com a apreensão de passar no vestibular...
Acho que vou passar o dia todo meio que com lágrimas nos olhos, de tanto nervosismo. E não sou só eu, fui pra academia agora de manhã e senti que tem uma certa comoção no ar!
Boa sorte para nós!
Olá. Salve! Salve! Vamos à luta. Sairemos vencedores. Apareça por la. Abraços.
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