sábado, 4 de agosto de 2012

Frustrações de uma torcedora implacável

Partamos do princípio de que não sou ninguém e minhas opiniões podem afetar a rotina de, no máximo, meia dúzia de pessoas. Dito isso - a plena consciência da minha pequenez -  dou-me o direito de torcer radical e implacavelmente por meus ídolos e, se eles refugarem, caírem, amarelarem ou demonstrarem incompetência, xingá-los muito na frente da tv e, por que não?, no twitter.

Sou corinthiana, perder nunca foi um problema. Mas não vou deixar de me frustrar, como torcedora, com as falhas alheias. Não quero ligar a tv ou o site, escondidinha com um fone só no horário do trabalho, pra me contentar com o bronze ou com "uma bela participação" quando tínhamos - sim, eu e a pátria de chuteiras/sunga/vara estamos juntos nessa, formamos um plural - chances reais de pódio com ouro.

No dia a dia ensino a humildade pra filha, a se contentar com o segundo lugar, terceiro, menção honrosa, ou pelo simples fato de ter tido coragem de sair da cama naquele dia para participar. Assistimos juntas, de mãozinhas dadas, o desfile de apresentação dos atletas e ensinei que ali estavam os melhores do mundo.

Mas tá difícil. Fico arrasada com o atleta de ponta que larga mão, time campeão decadente.

Obviamente chorei com a judoca que perdeu. Fiquei feliz com o quarto lugar do nadador de quem ninguém falava - Bruno Fratus já cria boa expectativa pra 2016. Vibrei com a 10ª colocação do Sassaki. A queda do Diego Hipólito me deixou arrasada por dois dias - principalmente a expressão de tragédia com que ele terminou, bravamente, o exercício. Não sou desumana, ora (não me importei com a Daniele, admito). Sei bem, muito bem, da falta de apoio, contexto, conjuntura e tal. Mas saque errado, no vôlei, chega a me ofender. Time de basquete que não faz cesta de 3 pontos? Pfff, não mereciam estar ali.

Sim, sou uma sedentária que critica atletas, que se dedicam muito mais às suas profissões do que eu à minha. Sou torcedora. Não tenho que racionalizar minhas paixões. E agora que não tenho mais por quem torcer, vou lá admirar o pódio alheio. Ou mudar de canal pra ver o julgamento do mensalão. #loser


Bronze é joinha, gente.

"Agora é torcer pro kajal das turcas derreter e elas perderem".

Absoluto em Mundiais, sim, sabemos, mas o que acontece com esse menino nas Olimpíadas?

Desclassificação por um golpe sabidamente ilegal, de fato, é uma tragédia.

Bronze no judô é mais legal que prata porque pelo menos a comemoração é de uma vitória.

Bateu um vento.

8 comentários:

Verônica disse...

fiquei de cara pq a Fabiana não quis saltar por conta do vento. a isso eu chamo amarelar sem dó nem piedade. fiquei com dó só do Diego, que sabidamente, não tem nervos pra competir em olímpiada, sabe lá porquê, mas não tem. da irmã dele, não gosto nem um pouquinho. acho poser demais, treteira demais, assim como a Daiane. torci demais pelo Sassaki e fiquei contente em saber que ele tem a melhor pontuação nas argolas no mundo, bem melhor que aquele russo que é tão fodão que tem um movimento batizado com seu nome.
essas olímpiadas estão sendo um fiasco gigantesco para o Brasil e eu acho que atleta de pódio, que se preparou para isso por anos, tem sim obrigação de lutar até o fim por medalha. erro de saque é primário demais, nem deveria ter sido convocada/o para a selecinha, que convenhamos, está uma droga, as duas. briga de egos daqueles dois trenadores nefastos.
humf. tô de mau humor por conta disso aí tudo que você falou.
luv u, sis.

André disse...

Não acho que ~essas~ olimpíadas estejam sendo um fiasco para o brasil. Olimpíada foi sempre foi uma coisa penosa pro Brasil e sempre fomos melhores nos esportes coletivos, que ainda vão vir. Não acho que vamos conseguir mais do que 3 ouros, mas sempre foi meio assim sofrido. Teve uma olimpíada, acho que Sidney, em que o Br não ganhou nenhum ouro. Barcelona teve dois ouros e um bronze, se não me falha a memória, só 3 medalhas no total, triste demais.

Eu concordo com o que vocês disseram sobre a Murer, amarelou demais, demais. E depois ainda foi falar bobagem na entrevista, querer contar vantagem.

Quanto ao vôlei, acho que tem erros de saque e erros de saque. Uma coisa é quando o time tá forçando o saque e tá entrando e erra de vez em quando, porque eles tão jogando no limite. Agora, errar saque fraco é realmente ridículo. E errar tudo também não pode.

Eu peguei muita implicância com o time de vôlei feminino depois que ganharam a olimpíada passada, pq a Mari foi lá e mandou a torcida tomar naquele lugar, como se todo mundo torcesse contra. Eu nunca torci contra, mesmo quando elas tavam fechando por 2 a 0, quase fechando o terceiro set, e deixavam virar pra 3 a 2. Aconteceu mais de uma vez.

Enfim, vamos ver. Tem o futebol masculino, tem a vela (acho que vem a prata com o Sheidt e o Prada), tem o vôlei masculino que sempre chega, tem o atletismo, tem o basquete masculino que pode dar alguma coisa, tem o handebol feminino que dando muita sorte pode dar alguma coisa, vôlei de praia (ótimas chances de ouro), tem boxe que, se vier alguma medalha, vai ser histórico. Hipismo, ótimas chances. Taekondo, vai que dá alguma coisa de novo. Mas tou com muitas esperanças no boxe, acho que seria a medalha que mais teria significância pro esporte brasileiro, porque Brasil tem tradição zero e é um esporte que dá muitas medalhas.

Marissa Rangel-Biddle disse...

Eu também queria saber o que acontece com o Diego em Olimpíadas.

É casa para terapia?

Verônica disse...

André,
digo fiasco no sentido que houve um movimento para bombar certos atletas e justo esses não conseguiram ir para frente. gostaria mesmo que o Brasil levasse medalhas no boxe e nos demais esportes que você citou, porque a grande maioria é marginalizado e quase ninguém se lembra deles.

Rita disse...

Eu sou um caso sem solução. Morro de decepção e no dia seguinte tô lá na frente da TV torcendo pela próxima modalidade. Ainda acredito no vôlei de praia, no hipismo e amanhã vou torcer muito pelo guri das argolas. Sou doida e acho que a gente ainda ganha pelo menos dois ouros.

Além de tudo, como você, vibro com a festa em si e, ai, como me emociono nessas semanas. O Oscar Pistorius me fez chorar já duas vezes, o Bolt hoje foi fe-no-me-nal e vou ficar bem velhinha babando com as ginastas. Eu vejo as picuinhas e egos do volei, mas moooorro de torcer.

Normalmente penso em quão grandioso já é chegar lá e competir vindo de um país que não investe pra valer. Um Cielo que perde por frações de segundo nadando bravo não me irrita. Mas a Fabiana tá difícil de engolir.

Aff, como a gente fala.

beijos
Rita

Anônimo disse...

eu que nem sabia da Fabiana Murer, sério que amarelou?
E tá difícil acompanhar as olimpíadas daqui Tina, um Horror!! E no futebol Japão e Brasil? eu fiquei de bode porque eu não sabia pra quem torcer kkkkkk
No mais, ir pras olimpíadas já é ganhador!
Bjs
madoka

Adriano Matos disse...

Vou dar meu pitaco: Eu concordo com o André. Não acho que as olimpíadas estejam sendo um fracasso. Só vi fracasso até agora na atitude da Fabiana que desistiu de tentar.

O Volei de quadra tá ruim, masculino e feminino, não tanto pelo saque que falha porque força, mas pelo ataque sem efetividade. Acertou agora o José Roberto começar jogando com a Fe Garai, a jogadora com mais garra na equipe, e na substituição da Dani Lins pela Fernandinha. No masculino, quase as mesmas observações com a diferença que não vejo opções: Murilo não passa por ninguém e não tem substituto prá ele. Resumindo, ponho mais fé nas meninas...

O golpe ilegal da Rafaela era óbvio? A Mayra foi malandra batendo devagarinho no chão? O Cielo não deu seu melhor? Tremeram Diego Hipólito e as seleções de futebol? Não sei. Dou-lhes o benefício da dúvida e ainda lhes aplaudo sua participação.

Dá gosto ver handbol feminino e basquete feminino e masculino e as duplas masculino e feminino no volei de praia. Ainda vai vir mais medalhas por aí, acredito. De todo jeito, tão jogando com garra e é isso que importa.

Anônimo disse...

É duro, mas também detesto 'amarelação'. Ao mesmo tempo, admiro *pra caralho* os atletas, que, estando lá, são OS MELHORES do seu país. Os melhores, ponto. E quem leva a medalha de ouro (como foi LINDA a prova de ginástica masculina!) prova PARA O MUNDO que é o melhor, sem contestação.
beijos, Tina!