segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Nem tão esotérica assim

Comecei a ler a Breve História de Quase Tudo, finalmente — um presente do Natal passado que acabou ficando para outro dia, outro dia, até que esse dia chegou. E já estou irritada. Quero dizer, o livro é sensacional. Tem quase tudo ali, mesmo, do cósmico ao microscópico, explicadinho. O universo tem trocentos bilhões de anos, é curvo, em um pingo de "i" numa página de livro com corpo 10 cabem trocentos quaquilhões de prótons... tudo tão cansativo, posto que inimaginável.

E o Inimaginável não me interessa. Assim como o Sobrenatural. E a Ciência, por mais que eu queira não duvidar dela, acaba parecendo outra forma de Fé.

Admito que sou tacanha, não me interesso por Ciência e nem por Religião. Pode não parecer, mas sou uma pessoa, digamos, humilde*. Um Ser Superior, tenho certeza absoluta, teria mais o que fazer além de se preocupar com minha alma, muito menos minha vidinha. Não acredito também que um Ser Inferior, o do mal — tanta guerra e violência pelo mundo todo e ele se diverte vendo gente estrebuchar em altares de cultos em garagens — me lançaria um segundo olhar.

E com o que eles se preocupariam além desse planetinha besta? Buracos negros, universos paralelos, colisões cósmicas, quem sabe. Daí volto à Ciência, e acho lindo que um dia tenhamos sido todos um só amontoado de prótons. Mas ainda desconfio de tanta certeza, que volta e meia é desmentida. Nem Plutão é mais planeta!

Além disso, eu acreditando ou não, o planeta continua a girar e minha família continua me convidando para eventos religiosos para os quais eu não tenho vestido. 

Boto fé mesmo na imperfeição humana. Vou é pegar outro romance.




*/ironia

12 comentários:

Caminhante disse...

Amei! Gostaria de ter escrito esse.

André disse...

Algumas coisas têm um grau razoável de certeza, outras não têm. Plutão continua a girar em torno do sol, sendo um planeta ou um planetóide, isso é um fato e não vai mudar tão facilmente.

O Big bang tem um grau razoável de certeza, agora como isso ocorreu exatamente, de milésimo em milésimo de segundo, é outra história. E eu acho isso fascinante, também.

Algumas coisas ainda não foram comprovadas, e acreditar nelas é totalmente facultativo. Mas é diferente de acreditar em alguma coisa que nunca sob hipótese alguma pode ser comprovada. Mas enfim, aí vira um problema de demarcação (o que é e o que não é ciência) e a discussão se alongaria demais :)

Tina Lopes disse...

Ah, André, veio aqui me trollar =P hahahaahahah

André disse...

Me é um assunto querido, hahaha.

Já me falaram TANTAS vezes coisas desse tipo, "por que você acredita que o seu corpo é formado por prótons que nunca vai ver e não acredita em Deus?"

Além do que eu já escrevi, também tem uma questão de credibilidade.

Tina Lopes disse...

Lógico, te entendo.Obviamente sou #teamciência no que ela me toca. Mas chega um momento em que é tudo muito vago e calcado em hipóteses que me parecem tão malucas quanto a descrição de um milagre. Prefiro deixar pra lá.

André disse...

Sim, eu entendo. Mas tem coisas que vão totalmente contra a intuição e ainda assim são comprovadas.

O experimento clássico da física quântica, aquele da dupla fenda, é totalmente contra-intuitivo e ao mesmo tempo replicado exaustivamente. (Se você mede o elétron como partícula, ele se comporta como partícula. Se observa ele como onda, ele se comporta como onda.) É esquisito, estranho, bizarro, mas ainda assim é verdade, fazer o quê? hehehe

Rita disse...

Ah, eu curti um monte. Nem todos os capítulos, alguns achei enfadonhos. Mas o papo quântico me é fascinante! Tá, concordo, vou boiando na onda do momento, quem sou eu pra sequer ter condições de pitacar. Mas não vejo como algo tão improvável como um Deus que presta atenção nessa muvuca, não. Boto fé nos prótons. HAHAHAHAHA. Foi mal.;-)

Ah, o post tá ótimo! E, ó, Karenina tá uma delícia. :-)

beijos
Rita

Guilherme disse...

Sou ateu e a ciência é fascinante, astrofísica então, dá onda. Mas o "não me interessa" é o q me pegou, um foda-se educado.

Somos bombardeados por ambos (ciência e religião) o tempo todo, a nós, meros transeuntes, cabe absorver o que entendemos relevante/aceitável e incorporar ao nosso convívio social.

O resto, bom, o resto eu entendo relevante também, mas não acho que seja o mote do post.

Tina Lopes disse...

Ah, não é foda-se, não Guilherme, é mais um "fodo-me" ;)

RICA disse...

Give me back, sista!

leila disse...

Amei! Gostaria de ter escrito esse.[2]

Anônimo disse...

Riata, eu compraria o adesivo: Eu acredito em Protons, ;)

Ludelfuego