segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Perdida na Tradução

Tava esquecendo de contar, olha só, que minha nova cunhada espanhola está passando as férias em Curitiba. Coitada. Só chove, faz frio, não tem o que fazer, então levamos a moça - que é uma catalã de Barcelona, muito simpática - pra dar um rolê pelos botecos no sábado à noite. Queríamos mostrar coisas típicas brasileiras ou curitibanas, o que é difícil, primeiro porque não temos muita coisa típica além do pinhão, da antipatia e das estações-tubo. Mas quando eu e marido saímos é pra jantar, raramente em botecos. E os botecos que conhecemos são o mexicano perto de casa, um espanhol (bar Madri, só se fosse pra ela jogar bomba, porque catalães odeiam madrilenhos, que coisa), sem contar os que sabemos ser bons mas nunca frequentamos, tipo japonês, irlandês, russo etc. etc.
Então levamos o casal num bar daqueles tipo mercearia, bacaninha, mas que tava meio pra baixo, com pouca gente e música ao vivo alta demais. Mas o climão é legal, de bodega mesmo. Ao chegarem os cardápios, ahá!, comida típica.
Ao ver o primeiro item, perguntei a ela:
- Marta, sabe onça, né?
- Si. Onza.
- Então. Aqui tem um prato chamado Carne de Onça...
- Y LAS MATAN????
Quase desmaiou, a coitadita. A carne de onça, pra quem não sabe, é um monte de carne crua, moída, com bastante tempero. Dizem que é alemã, originalmente; também dizem que é o steak tartar, mas de carne moída? sei não. Diz-se também que o nome carne de onça é porque carne crua é a carne que a onça come, quer dizer, não é carne DA onça, é DE onça. Sei lá.
Aliás, estou adorando como entendo bem o espanhol. Me sinto num filme do Almodóvar.

Um comentário:

Patricia Scarpin disse...

Coitada da menina, Tina. Eu teria desmaiado. :D