quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Meia amiga


Eu tenho um apego meio besta com certos objetos (quando era criança, cobria as bonecas antes de dormir pra elas não passarem frio). Daí outro dia estava arrumando o guarda-roupa, juntando peças pra dar pra mãe, pra irmã, pra dona Ana, e achei a meia Lupo Nina.

Não foi por causa da meia que dei esse nome pra Nina, lógico. O nome já estava escolhido bem antes, num misto de homenagem à Nina Simone, com um tantinho de vontade de dar um nome diferente, difícil de apelidar, e que parece com o meu nome: Tina - Nina.

Mas o nome já estava descartado. A médica errou no ultrassom, garantiu com laudo que o bebê seria menino. Já contei (no blog véio, blablabla) que foi um choque, eu tinha certeza que seria menina etc. etc. Estava na fase de comprar coisas azuis e verdes pra me conformar, também já tinha escolhido o nome (que seria Érico).

E no dia em que fui fazer o ultrassom seguinte, fui colocar uma meia que não usava há anos, marrom. Estava perdida no meio de uma sacola de biquínis. E na meia, na altura dos dedos, está escrito: LUPO NINA.

Na hora me veio a idéia de que o ultrassom estava errado. A meia estava me passando um recado. Ri e me surpreendi em como aquilo me faria feliz. Que a Nina dos pés estivesse avisando da Nina da barriga.

Bem, o caso é que foi exatamente assim, a médica estava errada, quase morreu de medo que eu a processasse, ficou tudo bem, troquei de médica, a Nina nasceu e a meia Lupo Nina virou minha favorita. Até o outro dia, em que verifiquei buracos daqueles impossíveis de costurar.

Com peninha, separei a meia no banheiro pra jogar no lixo-que-não-é-lixo (falar reciclável é mais fácil, mas eu ainda chamo assim).

Olho pela janela ontem, vejo que dona Ana, a neurótica da limpeza, não só não jogou como lavou a meia Lupo Nina. Acho que vou deixá-la na gaveta, mesmo furadona. Não adianta. É minha amiga.



4 comentários:

lola aronovich disse...

Esses posts são tão distantes do meu universo, já que não sou mãe... Mas acho interessante como saber o sexo do bebê é importante pra tanta gente. Imagino que hoje em dia a enorme maioria queira saber, não? Mas tem quantas décadas que dá pra saber? Eu imagino que quando eu nasci (41 anos atrás) não dava pra saber. Nem sei quanto tempo tem ultrassom... Mas pô, imagino que pra uma médica errar o sexo do bebê deve ser difícil hoje em dia.

Anônimo disse...

Que fofinha a história. Delicada a dona Ana, né?! Emocionei,
Anne
=^.^=

Tina Lopes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tina Lopes disse...

Lola, saber o sexo é coisa recente, acho que tem uns 15 anos no máximo. Agora até tá virando moda não deixar o médico revelar, na hora do ultrassom, pra não perder a surpresa. Eu, que marquei data e hora do nascimento, com todos os detalhes, quis tudo planejadinho e caí do cavalo. Acontece muito dos médicos errarem o sexo até os 5 meses, porque às vezes as mãozinhas atrapalham a visão, ou enganam, criando um saquinho que não existe. O contrário também acontece, do saquinho ficar escondido. No meu caso, a médica disse "ah, está muito cedo pra ter certeza, mas aqui tá tão claro que é menino!!!" e até assinou literalmente embaixo, no laudo.
Anne, dona Ana é a maníaca do varal, até já arrebentou, porque não pode ver nada pela frente que vai lavando. E é uma fofa mesmo. Beijoca.