Nos últimos dois dias rolou toda uma comoção no twitter e blogs sobre uma apresentação de calouro no programa britânico similar ao American Idol - que, aliás, é anterior ao AI, e foi criado pelo jurado mau, Simon Cowell. Trata-se de uma senhorinha, esquisita, de 47 anos, cara feia, sobrancelhona grossa, do tipo tia do interior. Toda deslocada do padrão celebridade-wannabe.
Não posso deixar de comentar que o sucesso de Susan Boyle, essa senhorinha, é um dejà vù. Não só do calouro Paul Potts, que ficou famoso cantando Nessun Dorma e assustando todo mundo com o vozeirão. Quem assiste American Idol – e eu só não assisto mais porque transferiram pros sábados e domingos, portanto impraticável – sabe que é comum aparecer uma pessoa com cara de sonsa, fora dos padrões etc. e surpreender com seu talento. O contrário também: gente com cara de celebridade e talento zero. Também já se acostumou ao tratamento de cachorro dado aos calouros pelo Simon Cowell – muita gente achou uó que ele os maltrata, mas gente, o Chacrinha também era bem cruel com a buzina e o bacalhau. Quem participa sabe do roteiro todo.
Bem, não é do show que eu quero falar.
Acontece que eu vivo preocupada com o fato de a Nina adorar histórias de princesas, e ter Barbies loiras, enfim, estar cercada dessas imagens de beleza e perfeição.
Chamei-a pra assistir a Susan Boyle e fiquei atenta às reações.
- Nina, tá vendo essa mulher? Ela diz que tem voz de princesa pra cantar. Mas ela não parece uma princesa, né?
- Não parece.
- Mas será que ela canta bem?
- Hmmm... acho que sim.
- Olha as pessoas zombando dela. Porque ela fez essa dancinha boba.
- Feio zombar.
- Agora ela vai cantar. Vamos ouvir.
- Vamos! EU ACREDITO que ela canta bem.
Ouvimos e a Nina ficou de boquinha aberta, “viu mamãe”. Acho que mais ou menos isso mostra como o mito do Quasimodo funciona, mesmo – conclusão a que cheguei lendo esse post aqui.
No final das contas, nem posso dizer que fiquei orgulhosa de a Nina torcer pela feiosa. Besteira minha. Ela tem Barbies, sonha com princesas, mas vive no mundo real e não trata ninguém mal por ser feio, velho ou pobre. Minha filha é um doce com qualquer pessoa e ainda não tem preconceitos. Mas estarei atenta.
Não posso deixar de comentar que o sucesso de Susan Boyle, essa senhorinha, é um dejà vù. Não só do calouro Paul Potts, que ficou famoso cantando Nessun Dorma e assustando todo mundo com o vozeirão. Quem assiste American Idol – e eu só não assisto mais porque transferiram pros sábados e domingos, portanto impraticável – sabe que é comum aparecer uma pessoa com cara de sonsa, fora dos padrões etc. e surpreender com seu talento. O contrário também: gente com cara de celebridade e talento zero. Também já se acostumou ao tratamento de cachorro dado aos calouros pelo Simon Cowell – muita gente achou uó que ele os maltrata, mas gente, o Chacrinha também era bem cruel com a buzina e o bacalhau. Quem participa sabe do roteiro todo.
Bem, não é do show que eu quero falar.
Acontece que eu vivo preocupada com o fato de a Nina adorar histórias de princesas, e ter Barbies loiras, enfim, estar cercada dessas imagens de beleza e perfeição.
Chamei-a pra assistir a Susan Boyle e fiquei atenta às reações.
- Nina, tá vendo essa mulher? Ela diz que tem voz de princesa pra cantar. Mas ela não parece uma princesa, né?
- Não parece.
- Mas será que ela canta bem?
- Hmmm... acho que sim.
- Olha as pessoas zombando dela. Porque ela fez essa dancinha boba.
- Feio zombar.
- Agora ela vai cantar. Vamos ouvir.
- Vamos! EU ACREDITO que ela canta bem.
Ouvimos e a Nina ficou de boquinha aberta, “viu mamãe”. Acho que mais ou menos isso mostra como o mito do Quasimodo funciona, mesmo – conclusão a que cheguei lendo esse post aqui.
No final das contas, nem posso dizer que fiquei orgulhosa de a Nina torcer pela feiosa. Besteira minha. Ela tem Barbies, sonha com princesas, mas vive no mundo real e não trata ninguém mal por ser feio, velho ou pobre. Minha filha é um doce com qualquer pessoa e ainda não tem preconceitos. Mas estarei atenta.
Quem quiser ouvir (alguém ainda não ouviu?) Susan Boyle, entra aqui:
7 comentários:
quem diria. Cristina ligada em programa de calouros. ahahah
Susan Boyle, o dia nem tinha começado pra mim, e meus olhos ainda sensíveis a luz fitaram aquela moça de 47 anos, que pareciam ser alguns mais, desempregada, sem namorado, de pé dizendo que ia cantar.A platéia riu debochada desdenhando de sua aparência, de sua idade maior do que a maioria dos calouros, pensavam que ela era só mais uma daquelas “freaks”, que é a palavra em inglês usada para humilhar as pessoas, para chamá-las de estranhas, de aberração, de anormais.É a miopia emocional humana que ao ver aquela moça simples soltou um murmúrio de incredulidade que percorreu friamente todo o auditório .Mas quando ela cantou “I dreamed a dream” do musical “Les miserables” todos ficaram arrebatados...e eu, eu chorava muito, porque vi ali tantas, tantas pessoas, sonhadoras, tantas mulheres que merecem amar e vencer...eu vi nela o símbolo verdadeiro do que é ser um ser humano.... quando estamos falando de arte, e de sobrevivência, o ser humano pode tudo.Meu Deus como eu chorava de soluçar. Ao fim da canção eu estava até meio fora de mim, ouvi o jurado dizendo "Quando você entrou aqui, todos riram; agora ninguém mais está rindo. Estamos todos impressionados”.
Há dez tem como companheiro apenas seu gato “Peebles”. Nunca teve namorado, não era socialmente aceita no colégio. Caçula de uma família de nove irmãos, Susan nasceu de um parto complicado em que sofreu falta de oxigenação, deixando-a com uma grave sequela: dificuldades de aprendizado. Por conta disso, tornou-se alvo de chacotas e brincadeiras maldosas de outras crianças quando frequentava a escola. Cresceu, envelheceu e teve na música o seu único alento na vida. Porém, com problemas de auto-estima, nunca apostou em seu talento natural. Inscreveu-se, enfim, para participar do programa dois anos após a morte de Bridget, sua mãe, em 2007. Ela era fã do programa e dizia que, se um dia Susan fizesse sua inscrição no reality show, seria vencedora. Disse Boyle: “Eu nunca acreditei que era boa o suficiente. Foi só após a morte de minha mãe que tomei coragem para fazer minha inscrição. Foram tempos difíceis, sofri de depressão e ansiedade. Mas após a escuridão vem a luz. Queria que minha mãe tivesse orgulho de mim, e a única maneira de fazer isso foi correndo o risco de participar do show”
Obrigado Deus por me dar um coração sensível, e um sentimento que me acompanha desde tempos imemoriáveis no espírito, nesse momento minha alma brilha, minha alma brilha, minha alma brilha......
Ivan, hahaha, pois é, são as más companhias. Antes eu não era assim.
André, uau, você gostou mesmo, né? Legal.
vc é uma otima mae!
oi Tina!
Obrigada pelo link! Mas deixa eu dizer: que FOFA sua filhinha!! :)
Bjos pra ti e pra ela :******
lindo, tina. me emocionei ocm o post e com o diálogo de vcs duas. a nina é, sim, um doce. bjs pras duas
Sabe aquela história: Não julgue um livro pela capa?
Pois é a mais pura verdade!
Simplismente sensacional.
Postar um comentário