segunda-feira, 1 de março de 2010

CATFIGHT! ou Gatos são tão fofos NOT

Nina com febre, dormimos os três na camona de casal - é queen size, cabe a princesinha tranquilamente. Quer dizer, eu meio que caio, mas ela segura meu dedo e daí, não.
Enfim, era madrugada de sexta, eu medindo a febre da Nina toda hora, em dois termômetros - um digital e um de mercúrio, porque nunca batem, daí faço a média. Ouço um som horrível de briga de gatos. Aquele UÓÓÓÓÓÓNNNN bem longo. Sendo em casa é briga, porque tanto Mimi quanto Lola são castradas. Ou é casal de gato forasteiro procurando lugares exóticos pra transar tipo meu muro, aí me cabe achar os limões e tomates-cerejas passados na geladeira pra espantar. Foi o que levantei decidida a fazer, porque a barulheira ia acabar acordando a mais gatinha de todas. ;)
Aí me deparo com uma cena dantesca, se gato Dante fosse.

A Lola, nossa gata preta mimosa, aquela que se atira aos meus pés quando levanto e que dá mordidinhas pedindo carinho com os pés, arrepiada feito um porco-espinho, VIRADA NO CÃO. Um outro gato, esse conhecido aqui da vizinhança - preto também, mas de peito branco - completamente acuado. Pense naqueles episódios de Tom e Jerry, em que o Tom acorda o buldogue, sem querer, e sai correndo tentando escalar as paredes, mas não consegue, e fica caindo, daí vem o cachorro e bate nele, ele sobe de novo, parecendo que tem 20 patas arranhando a parede... o gato forasteiro estava nessa situação.
Ocorre que o gato caiu num pedaço de quintal do lado da sala de tv que é um mero corredor. Tem as janelas do escri e do quarto de visitas, duas janelinhas de banheiro, plantas e só. E não conseguia subir de volta pro telhado do vizinho, que fica na altura do muro. Ele tentava subir, vinha a Lola UÓÓÓÓÓÓÓN e CRAU, unhava ele. Ele fugia correndo pro outro lado, a Lola ia vagarosa, arrepiada e sadicamente até ele cair de novo e novo CRAU.

Morri de dó, né. (a Mimi tava encolhida dormindo no sofá do escri, tipos dando de ombros)

Aí espantei a Lola pra janela do escri, fechei a janela e pronto, fiquei só com o gato estranho no quintalzinho.
Abri a porta pra colocar um banco no caminho dele - a idéia era que ele subisse no banco e pulasse de volta pro telhado do vizinho. Imagina. O bicho ficou tão, mas tão apavorado ao me ver, que conseguiu encontrar uma micro-brecha na janelinha do lavabo da salona e entrou lá.

Então fiquei com o mico. PQP. Três da manhã e um gato estranho no lavabo. Bem que eu queria destruir o lavabo na reforma, transformar numa adega. Daí nem ia ter janela pra ele entrar.
Outra coisa: pensei em fazer o óbvio, abrir a janela da salona, abrir a porta do lavabo e espantar o gato. Mas acabara (hmmm) de receber, naquela sexta, o jogo de sofás recém-reformado: o sofazão amarelo da minha mãe que virou um marrom-acinzentado bem bacanão. Imagina se o gato surta, sai desesperado sujando todo o sofá novo? E esses bichos quando ficam excitados demais fazem xixi, cruzes. Ah, sim: o gato estava todo ensanguentado. O nariz, pela metade.

Minha brilhante idéia foi de espantar o gato de volta, da janela do lavabo (nossa, como detesto essa palavra), pro quintalzinho, onde ele poderia mais tranquilamente, sem a Lola e com o banco, escalar o muro e voltar pra casa.

Lindo plano. Abri a porta do banheirinho, o gato estava acuado atrás da privada, respirando como um atleta que acabou de completar o triatlo. Me abaixei pra fazer, candidamente, "CHU, CHU, BICHINHO, SOBE PRA JANELINHA" e ele CRAU em mim, obviamente.

Dá um desconto que eu tava meio dormindo.

O danado cravou os dentinhos num braço, ainda mordeu o pulso do outro braço com não-sei-que-outra-boca  e deu uns arranhõezinhos. Ficou pendurado pelos dentinhos de vampiro, o desgraçado. De sopetão, eu joguei ele de volta ao chão e saí correndo do lavabo. Fechei a porta. Fui dormir.

Pensei, scarleto'haramente, "amanhã dou um jeito" e fiquei torcendo pro bicho ir embora na calada da madrugada, ao ver que a barra no quintalzinho tava limpa de Lola e sua dona doida. Ao deitar, o marido pergunta o que aconteceu, eu conto, quase chorando de dor nos braços mordidos, depois de lavados e ardendo do álcool gel que sobrou da gripe suína do ano passado. E ainda tive que ouvir:

- Também, Cristina, vai se meter em briga de gato.

Claro que demorei um tempão pra dormir e sonhei com os felinos o (curto) resto da noite.  Oh, sim, o gato saiu só de manhã, quando o marido abriu a porta do banheiro e deixou a janela da sala aberta.

4 comentários:

Ronise Vilela disse...

Hilário! Tina, sei do sufoco, mas você descreveu com um primor, que até pensei em fazer um curta.
Bjs,

Ronise

Caminhante disse...

Eu tenho medo de gatos, então não ia passar por nada disso...

Unknown disse...

Ai que terror! Ser mordida por gato estranho no meio da noite ninguém merece! (depois dessa, a dó que eu tava do gato se foi. Odeio bicho que morde)

Rita disse...

"Scarleth'oharamente" - vou usar pra vida.

E álcool gel sobrado da gripe suína: mais clássico que o filme da Scarlet.

Bj