Dois dias sem a Lola, já achávamos que ela tinha engraxado algum pneu por aí (expressão grosseira criada pelo meu pai, da qual não consigo me livrar). Ontem, antes de levar a Nina pra casa da vó, demos uma volta bem lenta em torno das duas quadras nas quais minhas gatas passeiam e exploram os telhados, pra ver se a achávamos (ou a seus restos - mas esse detalhe nem mencionei, claro).
Aí antes de sairmos pra jantar (porque quando o marido passa dois dias fora também, dando aula de pós, merece um mimo) ouvi a Lola miando na casa do vizinho. Fui à janela e chamei. Em vez de aparecer lépida e fagueira pelo telhado do lado, até chegar a nossa janela, como sempre, ficou por lá, miando desesperada. Pensei que talvez estivesse machucada. Marido pegou uma escada para olhar pra casa do lado - está vazia, aguardando ser alugada (estão pedindo muito, está fechada desde fevereiro).
Lola estava lá, andando sobre os restos de árvores cortadas pelo chão. Tiraram tudo, até uma linda árvore frondosa que fazia sombra na mesa de café dos moradores anteriores. Gentalha, essa que não gosta de árvores. Cenário de terra arrasada por vikings. De qualquer forma, Lola estava lá miando e só não subia no muro mais baixo, depois no telhado pra chegar em casa porque não queria.
E a Mimi feliz, achando que ia ficar sozinha conosco de novo o resto da vida. Tadinha.
Voltamos quase meia-noite do jantar. Ouvimos Lola miando. Fomos olhar de novo, daí caiu a ficha. Lola só fazia um caminho de ida e volta daquela casa para a nossa, e esse caminho foi desfeito com a queda dos galhos nos quais se apoiava. Agora a burrinha não consegue pensar num plano B pra sair do terreno.
Marido pegou uma escada gigante de madeira, pesada, suja, e jogamos pra dentro da casa do vizinho. Ele queria descer lá e pegar a Lola de uma vez - mas lembrei que estávamos uma garrafa de vinho além do restante da humanidade, pensei na dificuldade da ambulância pra pegá-lo de volta, caso quebrasse uma perna, sem contar com a acusação de invasão do alheio (vai que botaram alarme) e não deixei.
Subi na escadinha que permitia olhar pro lado de lá, com o pote de ração, chacoalhando.
Claro que a gata safada subiu a escada rapidinho.
Já no chão, em casa, comeu como se não o fizesse há dias - o que é provável, já que diferentemente da Mimi, a Lola só caça baratas, não passarinhos.
Depois voltou a aterrorizar a Mimi e a se jogar no chão de barriguinha pra cima, pedindo carinho, como se não tivesse dado um susto em todo mundo.
3 comentários:
Ah, o velho mau-comportamentos dos gatinhos: somem e deixa a gente com o coração na mão!
Depois que a Tarcila I (porque depois tivemos a Tarcila II, que viveu 18 anos) sumiu a só achamos os restos, todos os gatos que passaram pela família eram proibidos de sair na rua, o que dava um trabalhão enorme.
Mas eles são assim mesmo: nas primeiras semanas da minha gravidez, desloquei o ombro, voando sobre a cama para segurar o Nestor pelo rabo, um 1/2 vira-lata, 1/2 siamês de 8 Kg, que pulava pela janela do 3o. andar. Depois dessa, mandei o gordão para a casa dos meus pais...
http://viagensligelena.wordpress.com/
NADA A VER COM O TEXTO, DEIXEI ESSE BLOG PORQUE ACHEI LEGAL PRA VCS!
Cara, vc não acreditaria nos meus vizinhos anti-gatos....até cocô de bicho( de cachorro, porque dos meus gatos não era..rs) já colocarm na minha porta, no carro..um inferno.
A quantidade de pessoas que odeia gatos ( !) me choca. Enquanto isso, mimos meus gatos pretos e danem-se os vizinhos.
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