sábado, 20 de agosto de 2011

Day 2: A Book You Don't Like



Eu tinha pouco mais de 20 anos e pouco, mas muito pouco mesmo, dinheiro. Os livros que lia eram emprestados da Biblioteca Pública do Paraná, onde trabalhei por dois anos. Aí um amigo diz que acabou de ler um livro maravilhoso, imperdível, sensível, romântico etc. etc. e que eu TINHA que ler. E generosamente me emprestou o livro - praticamente me obrigou a lê-lo, para saber minha opinião. Só que o exemplar dele estava meio desconjuntado. Passei um tempão com A Casa dos Espíritos pra lá e pra cá. Pior que o Paciente Inglês, em que o personagem chato nunca morre, é quando os chatos morrem e VOLTAM. Não tenho paciência pra espiritismo e pra romances sensíveis como esse. Na verdade, tenho um certo pânico do tal realismo fantástico latinoamericano. Só curti mesmo os nomes das mulheres terem sempre a ver com luz - Clara, Alba, Blanca etc. Bem, fato é que o livro ficou um tempão comigo, minha mãe, com quem eu ainda morava, também o leu (e adorou). E o livro desmingolou todo. Ou seja. O pouquíssimo dinheiro que eu pude economizar pra comprar um livro foi gasto num novo exemplar da mesma edição de A Casa dos Espíritos, porque não iria devolvê-lo todo ferrado. E eu acabei com o livro estropiado pra mim - ô encosto.

"(...) Primeiramente, sentiram um frio súbito na sala de jantar e Clara mandou fechar as janelas, porque pensou que era uma corrente de ar. Logo a seguir ouviram o tilintar das chaves e quase em seguida abriu-se a porta e apareceu Férula, silenciosa e com uma expressão distante, ao mesmo tempo que a Ama entrava pela porta da cozinha, com a travessa da salada. Esteban Trueba ficou com a faca e o garfo de trinchar no ar, paralisado pela surpresa e os três meninos gritaram, tia Férula! quase em uníssono. Blanca levantou-se para ir ao seu encontro, mas Clara, que se sentava ao seu lado, estendeu a mão e segurou-a por um braço. Na realidade, Clara foi a única que percebeu, ao primeiro olhar, do que estava passando devido à sua grande familiaridade com os assuntos sobrenaturais, apesar de que nada no aspecto da cunhada denunciasse o seu verdadeiro estado."

7 comentários:

Rita disse...

Num adianta, Tina, amo você do mesmo jeito.

:-)

Raiza disse...

"Na verdade, tenho um certo pânico do tal realismo fantástico latinoamericano."
Somos duas.

Deise Luz disse...

e o seu amigo quis saber, depois, o que você achou do livro?

dia desses um amigo me emprestou, super super empolgado, um livro que eu não estou a fim de ler. é um problema, viu...

Verônica disse...

te falar que também não gosto, viu? nem do livro, nem do filme.
e deixa eu te contar baixinho que nunca li outro clássico latinoamericano: Cem anos de solidão, menina, nunca consegui passar das duas primeiras páginas. haja saco.

Táus disse...

Caralho, tô chocada com as senhoritas Tina e Verônica! Não falem mais comigo. Eu amo realismo fantástico! :~

Vivien Morgato : disse...

Putz, amo.
Fiquei um pouco encanada, porque achei que bebia demais na fonte GGMarquez.
Mas é encantador!
Viu o filme?nhém...;0(

Palavras Vagabundas disse...

Tina,
já me apresentei no primeiro livro, rs
Dá uma chance para Casa dos Espirítos, com certeza aos 40 a gente têm outra visão!
abs
Jussara