segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Das propostas impossíveis

É uma proposta elitista porque impediria a eleição de analfabetos funcionais, admito. Mas estava outro dia pensando, jogando conversa fora, e ela surgiu. 
Imagina que interessante se a Justiça Eleitoral (que tem verba) parasse um pouco de investir em urna eletrônica e fizesse parcerias com as universidades públicas de cada estado para criar cursos de formação de políticos. Quem quisesse ser vereador, por exemplo, seria obrigado a fazer esse curso, uma vez na vida. Deputado, senador, todos. Todos os candidatos teriam que apresentar esse curso no currículo.
E que curso seria? Um curso longo. Não muito: 6 meses, 360 horas de aula. Parte delas poderia ser semi-presencial. Outra parte, durante os finais de semana. Como qualquer pós-graduação oferecida por aí.
E o que seria ensinado nessas aulas? Legislação. Noções de Direito. História. Ética. Estatística. Sociologia.
E os candidatos teriam que se esforçar pra passar, claro. Provas presenciais. Com ou sem consulta. Não adiantaria mandar os futuros aspones fazer os trabalhos. 
Tá certo que ia ter muito aluno pra pouca vaga, de início, mas isso tudo se resolveria com o tempo e bom planejamento. 
Quem sabe assim pelo menos ouviríamos menos propostas idiotas. Ou menos idiotas se considerariam aptos a se lançar na vida pública. Repito: sim, é uma ideia elitista, mas com um mínimo - um mínimo, meu deus - de preparo a gente ainda poderia sonhar, principalmente dos candidatos às câmaras, que são um freak show à parte. 


9 comentários:

Patricia disse...

Acho extremamente pertinente que um candidato a cargo eletivo deva ter O MÍNIMO de conhecimento formal sobre a estrutura do Estado.

Daí eu imagino os candidatos "afilhados" de tubarões da política sendo favorecidos numa correção. Provas objetivas? Ora bolas, se fraudam concursos, certamente haveriam de encontrar um jeito de foder essa alternativa.

Por vezes me sinto num mato sem cachorro. Pobre de nós! =(((

Caminhante disse...

Eu gostei da idéia. Desanimaria e tornarei impossíveis certos nomes que vemos por aí.

Emily Laurentino disse...

Mas Tina, tanta gente que faz universidade, mestrado, doutorado e não arranca as ideias de girico de dentro de si... não boto fé nessa melhora ;)

Anônimo disse...

Posso votar em você?
=P

Ótima ideia, de verdade.

Tina Lopes disse...

Emily, você está certíssima, por isso alertei que poderia parecer - e seria - uma proposta elitista. Claro que educação formal não garante nada, mas vc fazendo um curso em que vai tratar especificamente sobre o que pode ou não legislar, principalmente, poderia ser útil. E seria obrigatório para os universitários, também, claro. Mas estou só cogitando, hahahaahah tks ;)

Emily Laurentino disse...

hehehe, acompanho o espírito da coisa. essa proposta, aliás, é recorrente nas horas de café lá de casa.

MegMarques disse...

Já existe esse tipo de curso, Tina. Não apenas para candidatos, mas mesmo para quem já foi eleito. São as chamadas "Escolas de Governo", todos os estados têm. O grande tema é Administração Pública, mas a pessoa pode fazer disciplinas isoladas ou mini-cursos de capacitação e treinamento em áreas específicas, como: Redação Oficial, Gestão de Projetos Públicos, etc.

Tina Lopes disse...

Vish, Meg, eu cobri política por quase 6 anos e nunca ouvi falar por aqui. =/

Luciana Nepomuceno disse...

Eu ia falar das Escolas de Governo, existem e há - pelo que me contaram - até bons cursos. Mas não é obrigatório (já facilita a implementação da sua ideia \o/)