quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Meme dos livros Dia #2: um livro que podia virar filme

Jurei a mim mesma não repetir novamente, aqui, nenhum título do lendário meme dos 30 Dias, 30 Livros. Tenho me esforçado pra ler mais, apesar de só conseguir isso à noite, na cama. Confesso que procurei conhecer autores novos mas na maior parte das vezes me entediei. Nem vou citar alguns que me fizeram revirar tanto os olhos que consegui ver a encarnação passada* para não virar polêmica (não agora), mesmo porque hoje o papo é o livro que poderia/deveria virar filme. Bem, quase todos nos quais pensei já foram adaptados. Madame Bovary, O Amante, Os Miseráveis, Fim de Caso, A Insustentável Leveza do Ser etc. São poucos os bons filmes ou à altura dos livros. Muitas vezes, também, a gente lê alguns que parecem ter sido feitos com o pé no cinema, como aqueles policiais escandinavos pavorosos (alguns, pavorosos como literatura, mesmo). 

Escolhi um que, aposto, terá esse destino e eu já fico re-zan-do para que o protagonista não seja apenas mais um rostinho bonito e para que o diretor seja um dos meus favoritos. O Pintassilgo, de Donna Tart, é um daqueles livrões de Círculo do Livro, que nos anos 1980 teria rodinhas de tias trocando spoilers mesmo sem saber que isso agora é proibido e punido com morte lenta e dolorosa.



Ganhador do Pulitzer, O Pintassilgo foi malhado por parte da crítica (na verdade, pela The New Yorker e pela Paris Review) e amado por outra. No Brasil, naturalmente, isso foi muito destacado no lançamento, principalmente porque o crítico americano o chamou de "infantilização da nossa cultura literária, num mundo em que todos lêem Harry Potter". Uôu que ofensa, hein. 

Mas resistir à história épica do menino (Theo) que perdeu a mãe num atentado a um museu, foi morar com o pai jogador em Vegas, conheceu um rapazinho russo (Boris, apaixonante) completamente doido e bandidinho, depois de ter passado um tempo na casa de um amigo rico  (Andy, um fofo) da escola, e que cresceu com um segredo guardado a sete chaves, ou melhor, uma só, num self storage, fica adulto, com uma paixão eterna pela sobrinha daquele que se torna seu melhor amigo... quem há de? 



Minha relação com o protagonista beirou ao amor que sinto até hoje pelo Philip, de Servidão Humana (Somerset Maugham). De vez em quando tem que dar uma folheada pra ver o que o menino anda aprontando. Ou por Arturo Bandini - esse fica pra outro dia. 

*citando Lucila Figueiredo

2 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Servidão Humana, um dos livros da minha vida (eu sei, o post é sobre outro livro, mas não resisti e mencionei a afinidade. Ando tão lenta nas leituras de coisas novas que provavelmente vou ver o filme que nem foi feito antes de chegar no Theo em letras.

Renata Lins disse...

Queria só dizer tb. Sobre A Servidão Humana. Nossa.
E O Pintassilgo: não li, mas em compensação li uma crítica de que gostei muito. Sabe, uma de alguém que leu? Pois. No caso, a pessoa (Eliana Cardoso, que escreve na revista do Valor) não tinha gostado. Mas mais do que não ter gostado, ela sabia explicar por quê. Gosto tanto disso. Beijo, adorando nosso meme novo!