sexta-feira, 17 de julho de 2009

Voltando à programação normal: pré-crise dos 40


Tem uma cena no filme O Reencontro que define bem meu momentum. Sabe O Reencontro? Um filme que deveria ser famoso porque todas as mulheres usam cabelos com permanente. E porque foi o primeiro do Kevin Costner, mas ele fazia o morto suicida e seus flash-backs foram cortados.
Anyway. Tergiverso.
A cena emblemática sobre a qual quero falar não é a bela e triste que eu embedei aqui do Youtube. Esta é a cena do enterro do Kevin. Sabe aquela coisa de funeral americano, as pessoas falam do morto, fazem depoimentos etc. Aqui é o mesmo, aquelas declarações engessadas e tals até que uma amiga vai tocar a música favorita do amigo que se matou e pá – tem coisa mais triste que “You Can´t Always Get What You Want” tocado em órgão? Uau.






Enfim (minha palavra favorita). Meu momento é outro. No filme, os amigos se encontram pro enterro do Kevin e, claro, passam o finde juntos. Em certa altura do campeonato a Glen Close empresta o marido pra amiga ficar grávida, já que ela não encontra um bofe à altura da missão de ser pai para um filho seu (como se ela fosse grande coisa, usando colete). O Tom Berenger e a ex-namorada, agora casada, fazem um “memories” básico e o William Hurt, apesar de ser impotente, se aproxima da namorada doida do morto. Então ficam o Jeff Goldblum (que foi recentemente morto e ressuscitado no Twitter) e a Glen, sentadinhos, fumando um baseadinho.
Calma que estou chegando lá.
Jeff Goldblum pega a mão da Glen Close e comenta* “sinto vibrações de que tem alguma coisa acontecendo neste momento nesta casa”.

É isso. Sinto que estão acontecendo coisas ao meu redor e eu não estou participando delas. Que sensação horrível! E ao contrário do filme, não se trata apenas de sexo.

Ok, fim do momento pré-crise dos 40. Sem bronquinhas, por favor.
Se a festa da Nina, que vai acontecer só em outubro, precisa de pré-reserva; se o vídeo institucional do meu trabalho precisa de pré-roteiro, se até casamento hoje em dia tem ensaio, por que não vou entrar em pré-crise?

Só sei que ando me sentindo bem por fora. Mas até que recomendo uns filminhos legais, tá?
That´s all folks.
*É algo parecido, não achei os quotes

8 comentários:

Unknown disse...

O que acho estranho nos funerais dos americanos é eles servirem comida pros convidados como se fosse uma festa. Aqui no Brasil é uma choradeira só, amante fazendo escandalo que tem filho e quer pensao,... um horror.

Ronise Vilela disse...

Tina, ai vai o comentario de uma recém 4.0 16V. Se a vida começa aos 40, o que eu fiz até agora? Talvez seja esse desepero que nos asola. Mas a crise é muito mais visível nas mulheres, eternas condenadas a manter a beleza e firme no salto e esse cobrança interna, porque a social sempre existiu e as revista femininas estão ai para nos deixar sempre á dereiva do padrão.
Sou mãe fresca, pari aos 38, pato normal em 20 minutos, engordei 12 kg na gravidez e perdi 17 pós-baby. Comecei a correr no começo do ano, ainda com 39 e hoje faço 5k em 30 min e pretendo participar da minha primeira corrida de rua no próximo domingo.
40 são 40 e ninguém tasca! As pessoas mais legais e mais velhas que conheço, quando se referem "ao melhor momento da vida", geralmente se referencial aos 40 anos, então não vou perder o meu agora.
A espera da festa nos tira o sabor de curtir a festa....

Ronise Vilela disse...

Fiquei empolgada com o meu comentário que está cheio de erros de digitação, mas acho que dá para entender.

Bjs

lola aronovich disse...

Ha ha, Tininha! Quanta enrolação pra chegar no tema! (aliás, eu preciso rever O Reencontro. A última vez que o vi foi nos anos 80. E é um filme muito conservador. Compare com Pete's Friends, que tem o Hugh Laurie do House). Quer dizer, eu gosto pacas de Reencontro, mas é conservador. Agora, sobre a pré-crise, nem tenho muito o que falar. Eu não tive crise dos 30, dos 40, nada. Não por enquanto. O negócio talvez seja ficar tão ocupada que nem dá tempo pra parar e pensar que a vida tá passando. E isso de se manter ocupadíssima vc vem fazendo muito bem!

Tina Lopes disse...

Asnalfa, eu já fui em velórios em casa, com o morto na sala e todo mundo se acabando com a panela de carne assada do dia anterior. Que ele, inclusive, tinha comido também. hahahaha

Ronise, eu queria correr mas não tenho com quem deixar a Nina de manhã. #comofas rsrsrs

Lola, tá pra nascer um Lawrence Kasdan que não seja conservador, não é? Mas eu sou uma das poucas que não curte Peter`s Friends, acho chatinho. Mas também preciso rever. :P

cris disse...

[momento solene antes do comentário: tina, essa história da panela de carne assada você precisa contar, menina, ahuahauhauahauaa, adorei. é bem 'estilo tina' de ver o mundo]. agora, a parte séria. fia, eu tive crise pré-40 e acho dygno. eu literalmente surtei, por várias questões minhas que você bem conhece, mas vou te dizer [mó clichezão, mas fazer o quê?], valeu super a pena, a vida agora é melhor. eu não trocaria a cris de hoje pela de 20 anos atrás. quer dizer, eu queria a minha bunda de 20 anos atrás de volta, mas é só. de resto, eu me sinto outra, uma versão infinitamente superior. então, receba a minha solidariedade e bola pra frente. tem muita coisa boa vindo aí. [ai, esse comentário ficou tão cara de 'revista cláudia', né? liga não. é que eu acabei de acordar, rs]. bjs! bom domingo, lindona.

Suzana Elvas disse...

Tina, estou às vésperas dos 43. Não dói, não. Ao contrário. Você senta e pensa o que vai acontecer. E realmente vive o hoje, regando um bocadinho o amanhã pra ele estar sempre verde e não amarelar.

(Me lembrei da primeira vez que vi Tom Selleck num filme. Ele era um defunto em "Coma", com o Michael Douglas. E Jeff Goldblum estréia essa semana em Law & Order Criminal Intent com uma tintura de cabelo castanho escuro 2.8 de arder os olhos).
Bjs

Suzana Elvas disse...

E pra quem nunca foi num gurufim, recomendo a lot. Melhor que ensaio da Portela, ever.